top of page
Foto do escritorEquipe Companio

O que é Síndrome de Burnout?

São muitos os fatores que podem gerar estresse, podendo ser oriundos da escola, família, amigos e do trabalho. Em grande parte do dia, as pessoas dedicam-se ao trabalho e sua integridade física, psíquica e social está exposta ao estresse. Outro elemento complicador para o estresse é o fato de que muitos trabalhadores fazem escalas de plantões e turnos, interferindo negativamente na qualidade do sono. Esses fatores estressores podem trazer inúmeros prejuízos na qualidade de vida e resultam em uma maior vulnerabilidade a doenças, a prejuízos cognitivos e problemas comportamentais.


Quando somos submetidos ao estresse podemos deixar de responder às demandas do trabalho e geralmente ficamos irritáveis, ansiosos e/ou deprimidos. Altos níveis de estresse podem fazer com que apresentemos baixa autonomia no desenvolvimento das nossas atividades físicas, emocionais e mentais. As manifestações físicas aparecem como a falta de energia, fadiga crônica, insônia e maior chance de desenvolver doenças. Ainda, é comum um aumento na frequência de cefaleias, tensão muscular e dor lombar. O esgotamento emocional trazer como sintomas prejuízos cognitivos, depressão, sentimento de desesperança e agravamento nas tensões e conflitos.


É considerando essas interações entre o indivíduo e o ambiente e suas relações com o estresse e o ambiente de trabalho, que se deve dar importância ao estresse ocupacional e a Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional. Esta síndrome se apresenta como uma consequência mais grave de um estresse intenso e prolongado, que tem atingido um número cada vez maior de pessoas. Caracteriza-se por uma exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos.


O conceito sobre essa síndrome foi inicialmente desenvolvido na década de 1970 pelos autores pioneiros Cristina Maslach, psicóloga social e, Herbertt J. Freudenberger, psicanalista. Para ambos os autores, esse estado se desenvolve a partir da dedicação intensa ao cuidar de outras pessoas ou de sua luta para alcançar uma grande realização.


Ainda, esses autores definiram a Síndrome de Burnout como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto e excessiva com outros seres humanos, particularmente quando estes estão preocupados ou com problemas.


Numa tradução literal, o termo pode ser definido como “Queimar para Fora”. É uma síndrome através da qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as coisas já não o importam mais, e qualquer esforço lhe parece ser inútil. Esta síndrome afeta, principalmente, profissionais da área de prestação de serviços quando em contato direto com seus usuários. Além disso, determinados grupos profissionais são apontados como um grupo de risco como os profissionais de educação, saúde, policiais e agentes penitenciários, entre outros. 


Embora o Burnout seja frequentemente associado à depressão, é preciso ficar claro que são condições bem diferentes. O estado depressivo que é relatado no Burnout é temporário e orientado para uma situação específica (no caso, o trabalho). O Burnout afeta prioritariamente o campo profissional e a depressão atinge todas as áreas da vida do indivíduo.


De modo geral, o Burnout é caracterizado por três aspectos básicos:

  1. Exaustão emocional: pouca energia para mais um dia de trabalho; intolerância; irritação; sensação de insuficiência; pessimismo; comportamento de distanciamento de colegas e familiares; falta de flexibilidade; fadiga; diminuição de autoestima; perda de entusiasmo com a profissão e com a vida;

  2. Despersonalização: distanciamento emocional exacerbado com frieza e indiferença frente às necessidades dos outros; falta de sensibilidade; visão negativa e desumanizada; perda de empatia; intolerância; irritabilidade; comprometimento na qualidade do trabalho (principalmente ao lidar com as pessoas);

  3. Redução da realização pessoal e profissional: deterioração da atividade; realização pessoal e profissional comprometida; sentimentos de decepção e de frustração; sentimento de inadequação; queda de autoestima; depressão.


Escrito por Milena Lobão



Fonte:


LIMONGI-FRANÇA, A. C. Psicologia do trabalho: psicossomática, valores e práticas organizacionais. São Paulo: Saraiva, 2008. 


RODRIGUES, A. L.; CAMPOS, E. M. P. Síndrome de burnout. In: MELLO-FILHO... (et al.) Psicossomática hoje. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 135-152.


42 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


Post: Blog2_Post
bottom of page