Uma revisão recentemente publicada pela revista científica The Lancet discute os possíveis impactos psicológicos da quarentena. De um modo geral, alguns efeitos negativos como sintomas de estresse pós-traumático, confusão, desconforto social, ansiedade e depressão, podem ocorrer e podem permanecer por longos períodos. Assim, é importante se preocupar com a saúde mental neste momento e procurar ajuda, se você sentir necessidade.
Principais estressores durante a quarentena:
· Duração da quarentena - maior a duração, maiores os efeitos (sintomas de estresse pós-traumático, desconforto social, raiva).
· Medo de se contaminar ou de contaminar familiares.
· Frustração, tédio e sentir-se isolado do mundo - muito associado à quebra da rotina e sensação de não poder mais manter as atividades de costume.
· Medo de não ter acesso ou de faltar itens de necessidade básica (comida, água, roupas) assim como o medo por não ter acesso a cuidados médicos. Medo de não ter EPIs em quantidade suficiente.
· Informações inadequadas ou falsas e falta de clareza das autoridades (sintomas de estresse pós-traumático).
Estressores pós-quarentena:
· Dificuldades financeiras - estressor socioeconômico que serve como fator de risco para desordens relacionadas à ansiedade, ao estresse e depressão; relacionado também a perda ou diminuição de atividades de lazer.
· Ficar doente ou ter sido exposto e depois ser estigmatizado por pessoas que têm medo do contágio.
O que fazer?
· Entender que é uma medida preventiva necessária.
· Ter acesso a informações confiáveis e claras.
· Entender o que é a doença, como funciona e o porquê da quarentena.
· Explorar atividades para reduzir o tédio.
· Manter contato com as pessoas (família e amigos) por telefone, redes sociais e aplicativos de comunicação.
· Atenção, cuidado e respeito aos profissionais da saúde.
· Compreender que estar de quarentena também é um gesto altruísta que ajuda a deixar os mais vulneráveis protegidos.
· Lembrar que uma hora vai passar.
(Fonte: BROOKS, Samantha K. et al. The psychological impact of quarantine and how to reduce it: rapid review of the evidence. The Lancet, 2020.)
Escrito por Milena Lobão
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