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Isolamento social e saúde mental

Atualizado: 3 de mai. de 2020

     A quarentena ou o isolamento é um mecanismo que vem sido utilizado, já há muito tempo, para conter a disseminação de infecções. Desde o primeiro relato de COVID-19 no final de 2019 em Wuhan, na China, a infecção tem se espalhado globalmente. Diversas estratégias de quarentena têm sido empregadas como o confinamento por curtos ou médios prazos, recolhimento voluntário em casa, restrições de agrupamentos de pessoas, eventos sociais e públicos cancelados, interrupção no trânsito de pessoas e restrições de viagens. Essas restrições trazem perturbações globais para os indivíduos, para as famílias, comunidades e para o país como um todo. A rotina familiar e diária foi alterada drasticamente e ações que antes eram simples agora se tornaram complicadas fazendo que a nossa "vida normal" esteja suspensa indefinidamente.

    A imposição desse isolamento é algo estranho e desagradável. O rompimento com a rotina e com o contato com amigos e família traz essa sensação desagradável. Ainda, muitas atividades que antes serviam para o prazer e relaxamento agora não podem ser realizadas. Por conta disso, o isolamento pode causar problemas de fundo psicológico, principalmente para as pessoas mais vulneráveis, como crianças e adolescentes, idosos, pessoas com baixo poder socioeconômico, mulheres e pessoas com uma saúde mental previamente comprometida. Para quem já tem alguma condição relacionada à saúde mental, o isolamento é particularmente preocupante, já que os sintomas podem se agravar durante esse período.

    Essas mudanças que a quarentena nos impõe podem fazer com que as pessoas se sintam mais ansiosas. Além disso, a sensação de insegurança pelo medo do contágio também é bastante presente. Assim, um suporte social pode trazer um conforto para as pessoas e minimizar os possíveis efeitos que esse período pode trazer.

É preciso entender que é uma situação que só é exigida em situações muito sérias já que os efeitos do isolamento podem trazer prejuízos até mesmo para aqueles que antes se sentiam bem, já que esse momento pode incitar alguns problemas como: desordens relacionadas ao estresse, irritabilidade, insônia, estresse emocional, transtornos de humor, medo e pânico e ansiedade.

     Os efeitos negativos não são observados somente durante o período de quarentena, mas podem ser vistos após o final do isolamento. Em outras situações em que a quarentena foi exigida, foi possível perceber um aumento no comportamento evitativo das pessoas, redução no contato social, evitação em ficar em locais fechados ou espaços públicos, não retorno ao trabalho e excesso de preocupação com a limpeza (compulsão por lavar as mãos, por exemplo).

     Com relação aos profissionais da área da saúde, muitas sequelas foram relatadas como: sintomas de estresse pós-traumático, sentimento de isolamento, depressão, transtorno de ansiedade e desamparo. Isso é explicado pelo fato de que esses profissionais são testemunhas da escalada da doença e do grande número de mortes. Ainda, há a preocupação com a limitação de infraestrutura (equipamentos de segurança, números de leitos insuficientes, entre outros), medo de se contaminar e contaminar familiares e a insegurança com relação aos efeitos desta situação no futuro.

Assim, é fundamental estar atento e pensar nas pessoas mais vulneráveis. Ter uma postura colaborativa e prestar um suporte social e emocional para quem precisar, pode ser um elemento chave nesse momento. É preciso cuidar para que as pessoas fiquem fisicamente e mentalmente saudáveis. Então, se você souber de alguém que precise de apoio ou se você mesmo precisa conversar, não hesite em procurar ajuda. É um momento difícil, mas podemos passar por isso da melhor forma possível.


(Fonte: USHER, Kim; BHULLAR, Navjot; JACKSON, Debra. Life in the pandemic: Social isolation and mental health. Journal of Clinical Nursing, 2020.)


Escrito por Milena Lobão




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