Um recente editorial da revista The Lancet Psychiatry chamou a atenção para o crescente interesse na saúde mental na China e como os chineses têm procurado lidar com essas questões. Desde o início deste ano e com a rápida disseminação do COVID-19 e as mortes associadas, diversas pessoas têm relatado sintomas relacionados à ansiedade, depressão e estresse. Por conta disso, a Comissão Nacional da China publicou diversos guias e informativos sobre crises psicológicas, intervenção, assistência, acolhimento e, principalmente, atendimentos remotos.
Não faz muito tempo, durante a epidemia de SARS na China em 2003, os serviços de internet e smartfones ainda não eram tão populares e difundidos. Então, pouco se pensava sobre serviços online de saúde mental. Atualmente, com a popularização dos serviços e aparelhos, a demanda tem crescido e os profissionais de saúde vêm tendo que se adaptar a essa realidade.
Com a explosão da pandemia, medidas de quarentena foram tomadas e o contato tradicional face a face passou a ser desaconselhável. Assim, o atendimento online passou a ser considerado como o mais seguro diante da situação sanitária atual.
Diante da pandemia, os chineses começaram a criar um maior interesse em assuntos relacionados à saúde mental. Houve um aumento pela procura deste tipo de conteúdo, por meio de livros, textos e vídeos na internet. Começou a existir um anseio por entender o que eles estavam sentindo, como se relacionar com as pessoas e com os seus próprios sentimentos, como lidar com angústias e ansiedade e como prevenir um colapso psicológico.
Diante dessa demanda, diversos serviços online de cuidado com a saúde mental começaram a ser implementados. A possibilidade de uma escuta online traz uma alternativa segura de acolhimento, aconselhamento e terapia para as mais diferentes demandas como depressão, ansiedade, insônia e, até mesmo, para uma conversa. Assim, esses serviços se tornaram importantes aliados da saúde mental, podendo ser úteis para um acolhimento, uma intervenção e, principalmente, para a prevenção de problemas futuros.
(Fonte: LIU, Shuai et al. Online mental health services in China during the COVID-19 outbreak. The Lancet Psychiatry, v. 7, n. 4, p. e17-e18, 2020.)
Escrito por Milena Lobão
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